Apesar de toda
a propaganda oficial, é por demais visível que a situação do “Vinho Madeira”
marca passo que os pequenos aumentos no valor das suas vendas se referem à
exportação para França dos “Vinhos para molhos”, que já chega a estar proibida
devido à má imagem que pode transmitir.
É claro que
qualquer panfleto turístico ou discurso de governante que se preze não deixarão
de invocar o vinho como uma das glórias da Região, mas, conviria examinar o que
se passa a este respeito no quotidiano da Região, e, nesse aspecto, nada melhor
do que observar qual é o seu lugar nos locais mais sofisticados e que se
dedicam ao consumo de bebidas tidas como “finas”.
De forma
totalmente aleatória reproduzem-se as listas de bebidas que são apresentadas
aos clientes em dois dos estabelecimentos mais prestigiados da cidade.
Num dos casos,
em matéria de vinhos licorosos, existem quatro variedades de Madeira para cinco
de Porto a que acresce o Xerês e o Moscatel, sendo poupérrima a variedade (e
discutível a idade, digamos…) da oferta regional.
No outro exemplo estamos ainda pior e um estabelecimento carissímo propõe um cálice de “Madeira – 3 anos” por 5 euros, o que será pouco menos do que o preço de uma garrafa e constitui uma óptima solução para que não se fiquem a conhecer as características do “novo” vinho.
Em
alternativa, observe-se a lista de um estabelecimento situado numa “casa de
vinhos” e poder-se-á facilmente constatar o que seja uma oferta de corresponde à
qualidade e prestígio que se pretende associar ao “Vinho Madeira”, pese embora
o nível dos preços nos escalões mais vulgares.
Mas,
escolheu-se este exemplo precisamente por constituir uma excepção…
Ora, se no próprio
local da produção, não existe valorização do produto, o que poderemos esperar?
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