AAUMA LATA

Conseguir acreditar em tal coisa é um feito. Ora a Associação Académica da UMa veio contrariar, na RTP Madeira, o que as associações e estruturas do resto do país, que representam mais de 100 000 alunos, têm vindo a reivindicar: exigir o fim do pagamento das propinas cumprindo assim a constituição deste país. Com uma associação assim… Quem precisa de inimigos?

Dizem eles terem feito um inquérito onde 50% dos alunos inquiridos dizem ter dificuldades financeiras mas olha que vem lá a AAUMa em auxílio dos pobres! Não é preciso acabar com as propinas, a solução para estes problemas é a oferta de 50 bolsas de alimentação diz a AAUMa! Ora, esta solução seria, diria eu que não tão absurda e ofensiva, se apenas existissem 100 alunos na universidade da madeira cobrindo assim a totalidade dos alunos com dificuldades financeiras.

O leitor a este ponto poderá estar a perguntar-se “Então porquê que escolheram essa lista para votar?” pois aí está outro problema, não escolhemos, não podemos escolher. A AAUMa é uma instituição privada reconhecida pela reitoria e pela Direção Geral do Ensino Superior que se diz ser “sem fins lucrativos” e “representativa dos estudantes da Universidade da Madeira”. Mas representativa como se ninguém os escolheu? É uma espécie de monarquia da cunhazinha só que em vez do sangue, o bastão é passado ao invertebrado, à marioneta mais fácil de manipular.

Uma entidade privada não pode nem nunca poderá ser representativa porque não tem eleitores, sem eleitores quem está a AAUMa a representar? A eles próprios! Então se estão a representar a eles próprios, e convém-lhes que continuemos a pagar propinas embora mais de metade dos alunos inquiridos tenha admitido terem pensando em desistir por não conseguirem pagar as propinas, o quê que a AAUMa ganha com isso? Dá que pensar…

A AAUMa rege-se por um sistema que prefere o ‘parecer’ ao ‘ser’. Dizem preferir a caridade do Estado ao invés de um direito assegurado pela constituição porquê? Se os alunos não tivessem que pagar propinas, como a constituição da república portuguesa manda, o que restava à AAUMa fazer? Vender camisolas? Passear os turistas? Vender cerveja nos arraiais?

Pois se a AAUMa se pode autointitular representativa dos alunos da UMa, eu também posso e daqui em diante reivindico por mim e pelos meus colegas: Não quero, não queremos e não aceitaremos pagar propinas.

Alex Faria