quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

NO RESCALDO DA NOTÍCIA SOBRE A COMPRA DO SOLAR DE SÃO JOÃO DE LATRÃO A FAVOR DE CRISTIANO RONALDO

Por vezes, uma notícia gera outra, e, neste caso, Filipe Sousa, Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, declarou no JM de 09/02/2017 que não existia a classificação do Solar “porque os proprietários não o quiseram. Houve, pelo menos, uma proposta de classificação daquele imóvel feita por um dos executivos anteriores, mas, os donos não anuíram. E quando se trata de património privado é necessário a aceitação dos donos”.

Perdoa-se a extensão da declaração, mas é necessário esclarecer:

1º - Até há dez anos, o proprietário era só um, depois disso, apenas existia um herdeiro.

2º - A declaração do Sr. Presidente é afrontosa para esse herdeiro, que sempre se manifestou disponível para colaborar na defesa do património em causa.

3º - E, portanto, seria impossível que existisse uma recusa, por parte de proprietários inexistentes.

4º - A lei só exige a aceitação dos donos no caso da classificação de bens móveis (art.18, nº4, da Lei n.107/2001), o que nada tem a ver com o “Solar”.

5º - Mesmo essa hipótese, apenas se refere à classificação como imóveis de interesse municipal, e, neste caso, tudo indicará que deveria ter sido proposta uma classificação como imóvel de interesse público.

6º - Por toda uma série de razões que não cabe agora explicitar, é altamente improvável que o Sr. Filipe Sousa ignorasse os factos acima transcritos.



Perante o exposto, cabe desde logo concluir que entre as “pesadas heranças do jardinismo” se acha a sensação de impunidade que os eleitos assumem na convicção de que podem impunemente e, a torto e a direito, MENTIR aos cidadãos.

De qualquer forma, se as autarquias de Santa Cruz (Junta de Freguesia de Gaula e Câmara Municipal) nada promoveram nesta matéria ainda estão muito a tempo para o fazerem, aguardando-se pela respectiva iniciativa.

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