A “Casa de Emaús” aqui representada constitui uma pequena
quinta que foi deixada em testamento pela D. Eugénia Bettencourt com vista a
acções de apoio aos cancerosos, embora as figuras representadas na fotografia
não tenham sinais de sofrer de tão terrível doença.
Tendo falecido recentemente o testamenteiro, Rufino
Teixeira, a Diocese do Funchal ficou por isso inteiramente livre para lhe dar
este ou outros destinos que bem entenda, embora, anteriormente, em processo
judicial, tivesse reconhecido que existiam “algumas deficiências” da sua parte
quanto ao cumprimento da vontade da testadora, vontade essa que, a partir da
morte do testamentário pode ser totalmente desrespeitada, sem quaisquer
limites, a não ser os que resultem de um eventual julgamento celestial, que,
pelos vistos, em nada preocupa os visados.
Por volta de 1500, um famoso artista flamengo, Hieronymus
Bosch, incluiu numa das cenas infernais que pintou, a imagem dos seres
diabólicos que, sob a figura de religiosos católicos, levavam os fiéis a deixar-lhe
os seus bens em testamento, sem que tal correspondesse à vontade do testador.
Será que, seiscentos anos depois, ainda nada mudou e os
“demónios” continuam à solta?
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